Esqueça o frio na barriga pela pessoa amada
Fred Mattos
28/12/2017 08h00
Não ache que deve ser assim para sempre (fonte: iStock)
Sentir borboletas no estômago é bom demais. Aquela sensação de que o tempo para quando olhamos para alguém. O ar quase falta, por dentro tudo se agita e cada segundo longe é pesado.
Se não fosse por uma questão amorosa esses sintomas seriam muito parecidos com um pesadelo. Até a ciência já demonstrou que esse ciclo de dopamina (um dos elementos químicos do cérebro) que bombardeia os nossos neurônios quando estamos apaixonados tem uma duração média de dois a três anos. Não é coincidência que muitos relacionamentos acabem por volta desse tempo.
O problema dessas histórias que terminam no tempo da paixão é que os casais, que acreditam ingenuamente no poder do fogo, esperam viver o relacionamento numa trilha sonora em alta vibração.
A ideia de que o critério essencial do amor é a presença do frio na barriga constante vale para os adolescentes. Mas pense num relacionamento adulto, em tudo o que envolve duas pessoas, vidas, famílias, contas bancárias, desejos, sonhos, futuros. Como costurar isso tudo e ainda tentando manter uma sensação de irradiar alegria por todos os poros.
A melhor maneira que os casais poderiam medir a qualidade da relação não é o quanto sentem frio na barriga quando se encontram, mas como os olhos brilham ao pensar no relacionamento como um espaço de florescimento emocional. Se a pessoa amada apoia o seu crescimento e fomenta seu bem-estar isso é mais importante do que a sensação de perder o fôlego olhando para o outro.
Deixe o frio na barriga para o começo da relação, mas do meio para a frente aposte no amadurecimento do casal.
Sobre o autor
Sonhador nato, psicólogo provocador, autor dos livros “Relacionamento para Leigos” e “Como se Libertar do Ex”. Adora ouvir histórias de vida, cultivar a felicidade, se aconchegar nos braços de Juliana e criar a filha Nina.
Sobre o blog
Relacionamentos amorosos com um toque de psicologia, cotidiano, provocação e brincando entre o ideal e a vida possível.