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Blog do Fred Mattos

Ninguém manda no coração? Você pode escolher quem amar, sim!

Fred Mattos

19/10/2017 08h00

Os opostos se atraem? Não é bem assim (Foto: iStock)

 

Quando falo que podemos escolher quem amamos sempre recebo uma dúzia de objeções:
– Se fosse assim, não tinha me apaixonado por aquela pessoa canalha
– Se fosse assim tão fácil, eu não tinha feito metade das besteiras amorosas que fiz
– Ninguém manda no coração
– A gente não escolhe nada em matéria de desejos

Eu concordo com todas as objeções, mas minha aposta não é quando o "vírus" do amor está instalado, mas antes, muito antes de ele aparecer "subitamente". Explico.

A tese de que os opostos se atraem costuma acontecer com pessoas que ainda carregam carências extremas em várias áreas da vida. Nasce da necessidade de encontrar no amor uma pessoa que encarne as virtudes que lhe faltam e os defeitos inconfessáveis (que não admite nem para si).

Para essas, o gatilho amoroso é sempre um buraco, então quando se percebem já estão completamente possuídas de seus espelhos mal formatados. Quando o encanto já se manifestou é ladeira abaixo, muito mais difícil recuar os desejos.

Existem outras que parecem replicar como cópia tudo aquilo que experimentaram com os pais na infância. O motivo não é tão psicanalítico, pois, apesar da apreciação por outros seres humanos ser instintiva entre os seres humanos, é com os pais que as crianças são banhadas das primeiras impressões amorosas.

O crivo desenvolvido ao longo dos primeiros (e marcantes) anos de vida vai moldando a moldura de nossos desejos. Alguns passam a vida escravos dessas dinâmicas invisíveis ainda que repetitivas, outros ganham consciência e mudam.

Então escolher quem se ama tem mais a ver com um tipo de higiene emocional que vai acontecendo por anos de vida do que por um ato consciente e isolado antes de sair para a balada. É quando abandonamos hábitos autodestrutivos que vamos deixar de escolher pessoas tóxicas. Quando paramos de viver nos extremos é que deixamos de escolher pessoas que nos desequilibram emocionalmente.

Se a pessoa tem olho castanho ou azul, é alta ou baixa, isso passa a ser menos importante. O relevante é que fazendo essa desintoxicação prévia de gosto, estilo de vida e clareza sobre o que é a felicidade, a escolha amorosa passará por menos contratempos emocionais.

Na hora em que o seu coração for escolher alguém ele já terá passado por um aprendizado pré-consciente de estados de espírito mais nutritivos.

Sobre o autor

Sonhador nato, psicólogo provocador, autor dos livros “Relacionamento para Leigos” e “Como se Libertar do Ex”. Adora ouvir histórias de vida, cultivar a felicidade, se aconchegar nos braços de Juliana e criar a filha Nina.

Sobre o blog

Relacionamentos amorosos com um toque de psicologia, cotidiano, provocação e brincando entre o ideal e a vida possível.

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